voz numa pedra Não adoro o passado não sou três vezes mestre não combinei nada com as furnas não é para isso que eu cá ando decerto vi Osíris porém chamava-se ele nessa altura Luiz decerto fui com Isis mas disse-lhe eu que me chamava João nenhuma nenhuma palavra está completa nem mesmo em alemão que as tem tão grandes assim também eu nunca te direi o que sei a não ser pelo arco em flecha negro e azul do vento Não digo como o outro: sei que não sei nada sei muito bem que soube sempre umas coisas que isso pesa que lanço os turbilhões e vejo o arco íris acreditando ser ele o agente supremo do coração do mundo vaso de liberdade expurgada do menstruo rosa viva diante dos nossos olhos Ainda longe longe essa cidade futura onde «a poesia não mais ritmará a acção porque caminhará adiante dela» Os pregadores de morte vão acabar? Os segadores do amor vão acabar? A tortura dos olhos vai acabar? Passa-me então aquele canivete porque há imenso que começar a podar passa não me olhas como se olha um bruxo detentor do milagre da verdade a machadada e o propósito de não sacrificar-se não construirão ao sol coisa nenhuma nada está escrito afinal Mário Cesariny