Um amor proibido Estou silenciosa, de frente para a ponte atrevendo-me, sem me atrever a atravessá-la Tu olhas-me carinhoso, do outro lado, atrevendo-te, sem te atreveres a atravessá-la o meu coração mantém-se embrulhado em seda branca Incapaz de respirar ou ver Estou parada neste homem, sem me mover, à espera Uma poeira laranja invade devagar esta paisagem estrangeira e o meu coração estoira Então, enquanto o dia entra pela noite eu abro a gaveta da minha bravura e firme passo sobre o preconceito das gentes Um passo depois outro amorosamente atravessando a ponte Maria João