Já não posso ser contente Já não posso ser contente, Tenho a esperança perdida, Ando perdido entre a gente, Nem morro, nem tenho vida. Prazeres que tenho visto Onde se foram, que é deles, Fora-se a vida com eles Não ma vira agora nisto, Vejo-me andar entre a gente Como coisa esquecida, Eu triste, outrém contente, Eu sem vida, outrém com vida. Vieram os desenganos, Acabaram os receios; Agora choro meus danos, E mais choro bens alheios; Passou o tempo contente, E passou tão de corrida, Que me deixou entre a gente Sem esperança de vida. Diogo Bernardes