Porque não me vês Meu amor adeus Tem cuidado Se a dor é um espinho Que espeta sózinho Do outro lado Meu bem desvairado Tão aflito Se a dor é um dó Que desfaz o nó E desata um grito Um mau olhado Um mal pecado E a saudade é uma espera É uma aflição Se é Primavera É um fim de Outono Um tempo morno É quase Verão Em pleno Inverno É um abandono Porque não me vês Maresia Se a dor é um ciúme Que espalha um perfume Que me agonia Vem me ver amor De mansinho Se a dor é um mar Louco a transbordar Noutro caminho Quase a espraiar Quase a afundar E a saudade é uma espera É uma aflição Se é Primavera É um fim de Outono Um tempo morno É quase Verão Em pleno Inverno É um abadono Fausto, in "Por este rio acima" ----------------------------------------------------------------------- Texto inspirador "O meu desejo seria sair desta viagem muito rico em pouco tempo sem pensar quão arriscada eu então levaria a vida, confiado nesta promessa e enganado nesta esperança. Na cidade de Diu, preparava-se então a guerra por suspeita que se tinha da vinda da armada do turco. Parti de Portugal na primavera e, navegando todos os barcos pela sua rota, cheguei ao mar da outra banda do oceano. A Índia." Fernão Mendes Pinto, in "Peregrinação" -----------------------------------------------------------------------