Fizeram os dias assim Por mais que larguem os braços Por mais que soltem amarras E que se tapem as covas Por mais que rasguem os quadros Por mais que queimem as leis E que os costumes esmoreçam Por mais que arrasem as feras E que os papões arrefeçam E que as bruxas se convertam Por mais que riam as caras E que ternura se esqueça Por mais que o amor prevaleça Vocês Fizeram os dias assim! Não nos venham pedir contas Não venham pôr-nos regras Sabemos que os nossos dias Não vão ser gastos assim! Luís Represas, in Sepes