Anda vem... Anda vem..., porque te negas, Carne morena, toda perfume? Porque te calas, Porque esmoreces, Boca vermelha --- rosa de lume? Se a luz do dia Te cobre de pejo, Esperemos a noite presos num beijo. Dá-me o infinito gozo De contigo adormecer Devagarinho, sentindo O aroma e o calor Da tua carne, meu amor! E ouve, mancebo alado: Entrega-te, sę contente! --- Nem todo o prazer Tem vileza ou tem pecado! Anda, vem!... Dá-me o teu corpo Em troca dos meus desejos... Tenho saudades da vida! Tenho sede dos teus beijos! António Botto