O Lord Lord que eu fui de Escócias doutra vida Hoje arrasta por esta a sua decadência, Sem brilho e equipagens. Milord reduzido a viver de imagens, Pára às montras de jóias de opulência Num desejo brumoso --- em dúvida iludida... (--- Por isso a minha raiva mal contida, --- Por isso a minha eterna impaciência.) Olha as Praças, rodeia-as... Quem sabe se ele outrora Teve Praças, como esta, e palácios e colunas --- Longas terras, quintas cheias, Iates pelo mar fora, Montanhas e lagos, florestas e dunas... (--- Por isso a sensação em mim fincada há tanto Dum grande património algures haver perdido; Por isso o meu desejo astral de luxo desmedido --- E a Cor na minha Obra o que ficou do encanto...) Mário de Sá-Carneiro