Namoro II Ai se eu disser que as tremuras Me dão nas pernas, e as loucuras Fazem esquecer-me dos prantos Pensar em juras Ai se eu disser que foi feitiço Que fez na saia dar ventania Mostrar-me coisas tão belas Ter fantasia E sonhar com aquele encontro Sonhar que não diz que não Tem um jeito de senhora E um olhar desmascarado De céu negro ou céu estrelado, ou Sol Daquele que a gente sabe. O seu balanço gingado Tem os mistérios do mar E a certeza do caminho certo que tem a estrela polar. Não sei se faça convite E se quebre a tradição Ou se lhe mande uma carta Como ouvi numa canção Só sei que o calor aperta E ainda não estamos no verão. Quanto mais o tempo passa Mais me afasto da razão E ela insiste no passeio à tarde Em tom de provocação Até que num dia feriado P'ra curtir a solidão Fui consumir as tristezas P'ró baile do Sr. João Não sei se foi por magia Ou seria maldição Dei por mim rodopiando Bem no meio do salão Acabei no tal convite Em jeito de confissão E a resposta foi tão doce Que a beijei com emoção Só que a malta não gritou Como ouvi numa canção Luís Represas