Quadras: A4. 7 votos - Vencedor Na Segunda escrevi versos Em Segovia onde estava De seguida os enviei Seguro de que ganhava O concurso de poemas Lançado na pt-net Pois poetas com bons temas Não devem ser mais que sete Porém o Carlos teria Menor participação Não tivessem os seus "versos" Tão ilustre tradição O dia final chegou Quero ver o resultado Felicitar quem ganhou E a seguir cantar o fado Alexandre Carmo A1. 5 votos - Menção Honrosa Se de mal dizer gostais Ou de ouvir dizer mal porque não vos juntais às "nets" de Portugal? Zé Magalhães A6. 4 votos - Menção Honrosa Quem disse, quem foi, quem fez Inêz essa fadiga? E neste dia Inêz E nesta noite, amiga? E neste grande silêncio E nesta magnífica paz E neste dia sem vício E neste verso mordaz Óscar Luz (pseudónimo) A2. 3 votos Oh meu santo querido, qu'é feito do teu país? Parece qu'anda perdido e com falta de caris. Tem andado abatido, e só se for por um tris é que não terá caído, com o peso dos PhDs. Pedro MalPassado (pseudónimo) A5. 2 votos SANTOS POPULARES De Ornelas era o Santo António Que nos desmascarou de vez esse personagem anónimo que se chamava Inêz Mas o São Pedro de Freitas Já há muito havia dito "Esta Inêz é das feitas e não tem nada de bendito". E como não há dois sem três Quem na grande brincadeira Fazia de nobre menina Inêz Era o São João Paulo Ferreira. Zé Magalhães A3. 0 votos Oh! PT-Net que tristeza ... Após tudo o que ela fez Os teus diálogos já não têm beleza Depois da morte da Inês. Carlos Pinto-Pereira ---------------------------------------------------------------------- Nao Quadras: B5. 7 votos - Vencedor O Meu Mar | My Sea | O meu mar é azul, | My sea is blue, sempre azul, | always blue, duma escuridão pontuada a branco. | of a darkness punctuated with white. O meu mar cheira, e o seu cheiro | My sea smells ocupa os mais íntimos | and its smell fills the most espaços do meu ser. | intimate spaces of my being. O meu mar rosna e murmura | My sea growls and whispers, e não me deixa dormir à noite. | and it keeps me awake at night. Até que por fim, | But in the end compreendo a sua mensagem, | I understand its message. e acabo a sonhar | It leaves me dreaming com outras paragens, | of other places, longe, do outro lado do meu mar. | far away, on the other side of my sea. | O meu mar nunca me deixa. | My sea never leaves me. O meu mar nunca é o mesmo, | My sea never is the same, cheio de surpresas, | full of surprises, assusta-me, diverte-me, | scares me, amuses me, abre com mão forte o meu coração | opens my heart with a strong hand, rasga os meus medos | ripping my fears apart e empurra-me para onde quero ir. | and pushing me to where I want to go. | Como é que ele sabe, onde fica esse lugar? | How does it know where that place is? O meu mar é muito velho, | My sea is very old, cheio de sabedoria. | and wide with wisdom. Eu não pergunto. | I don't ask. Eu não quero saber. | I don't want to know. Mas o meu mar sabe | But my sea knows. | O meu mar é azul, | My sea is blue, tão azul, tão escuro | so blue, so dark que não se deixa ver. | that it conceals itself. Mas eu vejo, | But I see it, e não esqueço. | and I don't forget what I saw. Porque desde que o respirei uma vez, | Because since the first time I breathed it, tantas vezes, | and so many times thereafter, trago comigo | I have carried with me um pouco daquela azulidão. | a small piece of its blueness. Margarida Barroso B1. 4 votos - Menção Honrosa Cidade clara, raiada de esperança Cidade disforme, pejada de estranhos, Emaranhado cosmopolita, de sofreguidão. Comboio vai, comboio vem, no seu andar de relógio louco... Capital de um Império desfeito, À espera de um renascer que tarda, Capital de contradições, Desmembrando-se a cada segundo. Comboio vai, comboio vem, no seu andar de relógio louco... Envelheço e não enxergo, o rejuvenescer desta cidade! talvez por estar longe, talvez por ter saudade?? Edward Mars (pseudónimo) B6. 4 votos - Menção Honrosa Poeta Gostava de ser poeta Mestre de todas as palavras Conhecer todas as suas possibilidades semânticas E todas as possibilidades semânticas de todas as concatenações de palavras Todos os seus sons E todas as suas possibilidades musicais Exprimir num so tempo Sentimentos E pensamentos Complicados E delicados Gostava de ser o que não sou Guilherme Nunes B7. 3 votos Moscas "Mate-a!..." disse-me ela. "O quê?" respondi eu. "Mate-a... a mosca, não vê?" "Ah," e eu matei-a. Outras moscas vão morrendo, outras moscas ainda voam outras gentes tão insignificantes, para quem tem o poder de matar, como a mosca que eu matei. Mate-a, mate-as, matem-nas!... Sérvias e Croácias, matem-nas! Que importam as crestomatias, que importam os corações e a vontade de amar que essas moscas têm? Houve um homem que se metamorfoseou e acabou morrendo. Lembras-te, Kafka? Pois é! Esse é o destino dos que são transformados em moscas. Tantas moscas, tantas. ƒÉ a hora de a metamorfose andar para trás. Transformem as moscas em seres humanos, deitem fora os mata-moscas. E os meninos que aqui vão à escola celebram o dia do holocausto e dizem: para que nunca mais aconteça... E à noite vão para casa ver uma televisão, confortados, que lhes esconde que está já e sempre esteve a acontecer... E os meninos não sabem que enquanto dizem nomes de moscas passadas outras moscas, outros homens metamorfoseados, vão morrendo, vão passando debaixo dos mata-moscas, às centenas, aos cachos, às dúzias, uma a uma... uma a uma... uma mais outra... uma a uma!... Mate-a? Não! Não! E não! Há uma Croácia, donde vêm crestomatias, e onde uma das moscas tem rosto: um rosto de amigo. Mosca amiga, quantas mais moscas como tu vivem em todos os mosqueiros a fugir ao mata-moscas? Quantas mais moscas temos de imolar antes de dizermos basta e a nossa voz seja ouvida? ƒÉ preciso dar rosto a todas as moscas e dizer Não! Não! E não! Esta mosca é amiga do meu amigo e em nome dos seis graus de separação esta mosca é também da minha família. Voa mosca, voa... Vive mosca, VIVE! Óscar Luz (pseudónimo) B3. 2 votos Enigmaquinações É preciso ler no meio das linhas do meio. Beijo automático carapau louco Lúcifer ferra irado diabos que o carreguem. Pronto, já disse! Óscar Luz (pseudónimo) B4. 2 votos A hora má Que merda, estou para aqui a olhar para o papel, e nada. As minhas quadras têm três versos. Que se lixe a forma. Porque tenho que encaixar sentimentos nas calças da rima emparelhada ou na camisa da entrecortada ou no raio que os parta? Nem toda a verdade rima nem tudo o que rima é honesto. Eu só queria falar de amor. De que mais se quer falar quando se escreve um poema, não me dirão? De ódio? Talvez também. Mas não é o ódio uma outra forma de amor? Eu só queria falar de ti, do tremor que me dá na espinha quando me tocas, da pele de galinha que o teu cheiro me provoca. Do quanto tudo é tão facil quando estou contigo. Ah! Amiga, amante que bem que me sabes tu pela manhã. Que bem que nos sabemos pela tardinha. Diz-me, a que hora do dia nos sabemos mal? Pois é! Apenas naquela hora em que nos separamos. A hora má que está sempre para vir. Óscar Luz (pseudónimo) B2. 1 voto Song for tonight Let's wait for the sunrise, my love, Let's not go to sleep tonight. We'll cradle the stars in ours arms, (Sing them a lullaby!). Let's wait for the sunrise, my love, Let's not go to sleep tonight. We'll raise our cups to the fools in love, Make a toast to the truth in their hearts. I'll give you the moon as a gift (Maybe you can give me a star?). Tomorrow might be too late, Let's wait for the sunrise tonight. Maria Enes